A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados afetará diversos países, incluindo o Brasil. No entanto, a China continua sendo o principal alvo das medidas do governo americano.
O Brasil, um dos maiores fornecedores desses metais para os EUA, pode sofrer impactos diretos na produção e no comércio exterior, tornando o cenário desafiador para a indústria nacional.
Por que Trump está aumentando as tarifas?
Trump justificou a medida como uma estratégia para fortalecer a indústria siderúrgica americana, reduzir a dependência de importações e proteger empregos nos EUA.
Essa abordagem, já adotada em seu primeiro mandato, busca incentivar a produção doméstica, ainda que isso implique um aumento no custo do aço e do alumínio para empresas americanas que dependem dessas matérias-primas.
“Essencialmente, estamos impondo uma tarifa de 25%, sem exceção, sobre todo o alumínio e todo o aço, e isso significará a abertura de muitas empresas nos Estados Unidos”, disse Trump na segunda-feira (10) ao assinar as medidas no Salão Oval.
Embora já tenha aplicado uma política semelhante em 2018, a nova medida difere da anterior, pois na ocasião ele concedeu isenções a alguns países, como Canadá, México, União Europeia e Brasil.
Agora, as tarifas serão aplicadas de forma mais ampla, incluindo seus principais parceiros comerciais.
E como a medida afeta as indústrias brasileiras?
A representatividade do Brasil nas exportações de aço e alumínio
A taxação pode provocar uma queda significativa nas exportações brasileiras para os EUA, um dos principais destinos do aço e do alumínio nacionais.
De acordo com o American Iron and Steel Institute, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos em 2024, enviando 4,49 milhões de toneladas líquidas – um aumento de 14,1% em relação a 2023.
O Brasil ficou atrás apenas do Canadá, que liderou o ranking com 6,57 milhões de toneladas líquidas, embora tenha registrado uma queda de 4,8% em relação ao ano anterior.
O México ocupou a terceira posição, com 3,51 milhões de toneladas líquidas, marcando um recuo de 15,9%.
Possíveis desdobramentos no Brasil
Para a indústria brasileira, as consequências podem ser sérias. Empresas siderúrgicas e metalúrgicas enfrentarão desafios como redução na produção, impactos no emprego e uma pressão crescente para renegociar contratos.
Além disso, um possível aumento na oferta interna pode derrubar os preços dos metais no Brasil, beneficiando setores como a construção civil e a indústria automotiva, mas reduzindo a rentabilidade dos produtores.
Assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área econômica defendem que o governo avalie a medida de Trump com cautela, sem uma postura combativa inicial.
Para eles, a melhor estratégia é buscar uma negociação diplomática, considerando que o Brasil não foi alvo único das tarifas impostas.
No entanto, os impactos da nova tarifa podem representar um grande desafio para o setor industrial nos próximos meses, exigindo atenção e medidas estratégicas para minimizar as perdas.