Manutenção autônoma: O que é e como fazê-la?

Seus operadores precisam saber suas responsabilidades na adequação de processos para produção. Confira como a manutenção autônoma beneficia seu negócio...
Henrique
29/04/2019 | 5 min
manutenção autônoma

A manutenção não é constituída apenas de processos. Toda a equipe precisa ter em mente sua responsabilidade na adequação de processos e prevenção de falhas na operação.

Em nosso blog, já explicamos sobre manutenção preditiva, preventiva e corretiva e quando utilizá-las.

Agora, vamos descrever a manutenção autônoma, um conceito estabelecido por indústrias japonesas e parte dos oito pilares da Manutenção Produtiva Total (TPM). Continue lendo e entenda como a capacitação dos seus operadores afeta o espaço de trabalho.

O que é a Manutenção Autônoma?

Estamos mais acostumados a ver “autônoma” ligada aos conceitos de “automação”, mas a manutenção autônoma está relacionada ao conceito de “autonomia”.

Em outras palavras, ela se baseia em capacitar sua equipe de produção para que ela seja capaz de zelar pelo espaço e, assim, reduzir o aparecimento de falhas.

Essa forma não elimina a necessidade de outras manutenções, mas reduz riscos e aumenta o tempo de vida útil de suas máquinas. Afinal, todo cuidado é pouco e nem toda falha pode ser aparente para os operadores.

Princípios da Manutenção Autônoma

Da mesma forma que a Manutenção Produtiva Total vai ser constituída por oito pilares, a manutenção autônoma vai ser constituída por oito princípios.

Antes de implantar qualquer ação visando a manutenção autônoma, é essencial que os operadores tenham em mente os seguintes conceitos:

  1. Seiri (Utilização): use apenas o necessário, descarte o que for desnecessário;
  2. Seiton (Organização): mantenha a organização do espaço;
  3. Seiso (Limpeza): mantenha a limpeza do local de trabalho;
  4. Seiketsu (Padronização): melhore o que precisa ser melhorado e faça a manutenção do que já está bom;
  5. Shitsuke (Disciplina): mantenha a autodisciplina e o compromisso frente às suas responsabilidades;
  6. Shido (Capacitação e treinamento): desenvolva a capacitação profissional dos colaboradores;
  7. Seison (Eliminar desperdícios): identifique e elimine os desperdícios;
  8. Shikari Yaro (Determinação): faça suas atividades com determinação e mantendo a união da equipe.

Se seus operadores conseguem entender e praticar esses princípios, então eles podem aplicar as etapas da manutenção autônoma.

Etapas da Manutenção Autônoma

O processo da manutenção autônoma vai seguir 8 passos que devem ser feitos em sequência:

  1. Limpeza inicial;
  2. Eliminação das fontes de sujeiras e locais de difícil acesso;
  3. Elaboração de normas de limpeza, inspeção e lubrificação;
  4. Padronizar as atividades da manutenção autônoma;
  5. Desenvolver habilidades de inspeção geral;
  6. Conduzir a manutenção autônoma;
  7. Organizar e administrar a área de trabalho;
  8. Empenhar para o gerenciamento autônomo.

São essas ações que vão garantir o aumento da vida útil de suas máquinas e evitar o surgimento de falhas inesperadas na sua linha de produção. Confira abaixo como são realizadas essas etapas:

1. Limpeza inicial

Não basta apenas passar um pano nas máquinas e equipamentos para mantê-los limpos. Essa etapa visa:

  • Eliminar sujeira e escombros que podem afetar o desempenho da máquina;
  • Identificar problemas aparentes;
  • Criar familiaridade entre equipamento e operador;
  • Desenvolver senso de equipe e liderança a partir do cuidado com os equipamentos de uso comum.

2. Eliminação das fontes de sujeiras e locais de difícil acesso

Ao fazer a limpeza das diferentes partes do equipamento, seus operadores podem identificar problemas estruturais, como vazamentos e dificuldades operacionais causadas pelo espaço de trabalho. Assim é possível propor melhorias na organização da linha de produção e identificar fontes de contaminação. Os objetivos dessa etapa são:

  • Identificar e eliminar fontes de sujeira e contaminação;
  • Aumentar o grau de confiabilidade das máquinas;
  • Incentivar que o grupo proponha melhorias que eliminem as causas da sujeira;
  • Gerar satisfação ao implantar as melhorias sugeridas.

3. Elaboração de normas de limpeza, inspeção e lubrificação

O processo de limpeza pode consumir tempo, então estabelecer normas ajuda a otimizar a realização dessas etapas. Os objetivos aqui são:

  • Reduzir o tempo para limpeza, inspeção e lubrificação;
  • Melhorar a aplicação das ações de manutenção;
  • Transparência da gestão de produção através de inspeções e controles visuais.

4. Padronizar as atividades de manutenção autônoma

Nessa etapa, os operadores devem refletir sobre seus procedimentos e e estabelecer quais serão suas ações de manutenção, dividindo tarefas com outros membros da equipe. Então os objetivos são:

  • Evitar o desgaste dos equipamentos por meio do controle da limpeza, lubrificação e aperto de parafusos;
  • Estudar e entender a fundo os aspectos estruturais e operacionais da máquina;
  • Incentivar o trabalho de equipe e a importância de cada membro para a manutenção contínua;
  • Padronizar procedimentos.

5. Desenvolver habilidade de inspeção geral

O trabalho contínuo e a análise dos próprios procedimentos de manutenção vão permitir que os próprios operadores saibam identificar o nível de qualidade necessário para a execução da inspeção. Os objetivos são:

  • Execução de procedimentos simples de lubrificação e inspeção;
  • Capacidade de diagnosticar as condições de desempenho dos equipamentos;
  • Desenvolver o trabalho conjunto com a equipe de manutenção;
  • Execução de melhorias para a produção;
  • Estabelecimento de um espírito de equipe baseado na cooperação e no aprendizado.

6. Conduzir a manutenção autônoma

Estabelecer avaliações de seus colaboradores sobre seus conhecimentos e ações de inspeção. Dessa forma, temos por objetivo:

  • Melhorar a disponibilidade e confiabilidade da operação;
  • Possibilitar o reconhecimento de anomalias operacionais e suas respectivas ações corretivas;
  • Incentivar e elaborar o uso de checklists próprias para controle da manutenção autônoma.

7. Organizar e administrar a área de trabalho

Uma vez que os operadores sabem exatamente o que precisa ser feito, eles podem, de fato, organizar e administrar a área de trabalho. Assim, os objetivos serão:

  • Simplificar a manutenção por meio de sistemas de controle visuais;
  • Padronizar procedimentos de estocagem dos itens envolvidos na produção;
  • Otimizar a produção e melhorar a qualidade e segurança do processo produtivo.

8. Empenhar para o gerenciamento autônomo

Por fim, a atividade dos funcionários é supervisionada para que estejam alinhadas com as metas e objetivos da indústria. Assim, é possível unir a autonomia com as metas desejadas. Logo, os objetivos aqui são:

  • Melhorar continuamente todo o processo;
  • Oferecer dados mais confiáveis de máquinas e equipamentos;
  • Aumentar a disponibilidade e confiabilidade da produção, que estará alinhada com outros setores.

Estabeleça uma cultura de manutenção autônoma

Seus operadores podem melhorar a manutenção da sua empresa por meio desses acompanhamentos de cada etapa. Contudo, é importante que os princípios da manutenção autônoma estejam claros desde o início.

Uma equipe que é capaz de encontrar falhas menores por si mesma torna sua empresa mais segura e eficiente, sem precisar de paradas desnecessárias e com uma linha de produção otimizada.

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