O pipeline de liderança é a chave para os profissionais de qualquer setor que querem escalar na hierarquia de uma empresa e alcançar cargos maiores, que proporcionam estabilidade e oportunidade de desenvolvimento.
Ninguém nasce líder, mas isso não impede que qualquer pessoa se aperfeiçoe até que atinja o nível necessário para estar no comando de uma equipe.
Por isso, o pipeline serve como um roteiro que pode guiar você até o seu objetivo de carreira.
Se liderar é o que você deseja, preparamos este conteúdo explicando tudo sobre esse modelo de desenvolvimento, os benefícios e como aplicar em sua carreira.
O que é pipeline de liderança?
O pipeline de liderança é um modelo que descreve as etapas que um profissional deve seguir para desenvolver suas habilidades profissionais e assumir posições de gestão cada vez mais complexas dentro da empresa.
Ao seguir o pipeline, o profissional tem a oportunidade de superar desafios progressivamente à mesma medida que avança na hierarquia da empresa.
Com isso, ao invés de fazer uma transição rápida, esse processo pode ser estruturado com calma.
O conceito de pipeline de liderança ficou popular por meio de Ram Charan, Stephen Drotter e James Noel, mas principalmente por Charan.
O consultor de vendas indiano-americano criou um framework para mostrar como indivíduos passam de uma função de liderança para outra com sucesso dentro de uma empresa.
Por “transições”, Charan não se refere apenas às promoções que acontecem ao longo da carreira, mas também às transformações nas habilidades, mentalidade e responsabilidades de cada profissional.
Quais são os benefícios do pipeline de liderança para as empresas?
O pipeline de liderança deixa claro que um profissional precisa abandonar velhos hábitos à medida que sobe de nível na carreira, ao mesmo tempo que deve adquirir novas competências e aprender a ver a organização de uma perspectiva mais ampla.
Colocar isso em prática traz uma série de benefícios não apenas para o profissional, mas também para a empresa. Veja alguns deles:
Sucessão estruturada
A questão da sucessão é sempre delicada dentro de qualquer empresa. O papel do pipeline de liderança, nesse caso, é garantir que isso seja feito de maneira estruturada e os problemas se tornem mínimos para a equipe.
Quando há uma saída inesperada de um líder, a ansiedade de saber quem vai assumir o cargo pode afetar diretamente a produtividade da equipe. Além disso, é provável que até que alguém assuma o cargo, alguns colaboradores fiquem sobrecarregados com o acúmulo de funções.
Neste contexto, se a sucessão é planejada, a empresa reduz o risco de rupturas no fluxo de trabalho e garante que os objetivos e a visão de longo prazo da organização sejam mantidos.
Desenvolvimento contínuo de talentos
À medida que os colaboradores avançam por diferentes estágios de liderança, eles se deparam com novos obstáculos para o seu crescimento individual. Isso serve de incentivo para que adquiram novas habilidades e conhecimentos.
O pipeline de liderança inspira esse desenvolvimento contínuo, tornando os profissionais mais capazes de enfrentar desafios e se adaptar às mudanças frequentes do mercado.
Aumento da retenção de talentos
A retenção de talentos é um dos grandes desafios das empresas atualmente. Os profissionais cada vez mais valorizam questões que vão além de um bom salário, como o ambiente de trabalho, benefícios que a empresa proporciona, entre outros.
O pipeline procura fornecer uma visão clara do que necessita ser feito para combater esse comportamento ao oferecer um caminho claro para criar Planos de Desenvolvimento Individual (PDIs).
Se o colaborador enxerga que há uma cultura de crescimento e valorização no negócio, ele se sente motivado porque sabe da real oportunidade de avançar em sua carreira. Dessa forma, mesmo que receba outras propostas é menos provável trocar de empresa.
Alinhamento com os objetivos da empresa
Outro benefício do pipeline de liderança é alinhar os líderes com os objetivos da empresa. Conforme cada novo estágio da metodologia for alcançado, os profissionais passam a compreender melhor as metas organizacionais e o que se espera de cada um.
Ter esse alinhamento é importante para garantir que as decisões estratégicas sejam tomadas em conjunto entre todos os níveis de liderança, sem nunca esquecer de estar em harmonia com a visão da empresa.
Como aplicar o pipeline de liderança? Confira as 6 etapas
O pipeline de liderança de Charan pode ser aplicado por meio de seis etapas, cada uma representando uma evolução de grau de responsabilidade e escopo de trabalho.
Veja abaixo como cada uma funciona:
1. De gestor de si para gestor dos outros
A transição de fazer apenas uma autogestão para gerenciar toda uma equipe é a primeira etapa em um pipeline de liderança. Esse é o ponto quando o profissional deixa de cuidar somente do próprio trabalho e passa a liderar outras pessoas.
No primeiro estágio, o gestor deve desenvolver suas habilidades de comunicação, resolução de conflitos e supervisão.
2. De gestor dos outros para gestor de gestores
A segunda transição é quando o profissional dá um passo adiante na carreira e passa a ser líder de outros gestores, exercendo um cargo de gerência. Aqui, o líder deve aprender a orientar e capacitar outros líderes, compartilhando conhecimento e servindo de modelo.
O gestor de gestores precisa pensar de maneira ainda mais estratégica do que quando liderava apenas a sua própria equipe. Ele influencia as decisões de outros líderes e contribui para criar uma cultura de liderança na empresa.
3. De gestor de gestores para gestor funcional
No terceiro nível do pipeline de liderança, o profissional assume a responsabilidade por toda uma função dentro da empresa, como marketing, finanças ou operações. Ele deixa de ter uma única equipe e se torna a figura de referência para todo um setor.
Para que isso dê certo, o profissional precisa aprender a pensar de forma ampla, integrando diferentes processos e alinhando sua função com os objetivos maiores da empresa. Também é necessário colaborar com outros gestores para que haja harmonia entre setores.
4. De gestor funcional para gestor de negócios
A quarta etapa de transição do pipeline de liderança é quando o profissional deixa de liderar uma função específica dentro da empresa e passa a gerenciar toda uma unidade de negócios. Isso envolve supervisionar múltiplas áreas e assumir a responsabilidade pelo desempenho geral do negócio e dos colaboradores.
Para alcançar esta etapa, o profissional precisa dominar os processos de gestão financeira, de estratégia de mercado e de liderança de grandes equipes. Também é necessário que tenha autonomia para tomar decisões de negócio que afetam o futuro da empresa.
5. De gestor de negócios para gestor de grupos
Quando um profissional se torna gestor de grupos, ele é responsável por supervisionar várias unidades de negócios, como uma rede de franquias, por exemplo. Isso exige uma visão estratégica ainda maior e a habilidade de lidar com desafios operacionais e financeiros.
O gestor de grupos precisa garantir que todas as unidades de negócios sob sua supervisão estejam alinhadas com a estratégia da empresa, entregando os resultados planejados. Ele também precisa aprender a equilibrar as necessidades de cada unidade para o sucesso global da empresa, fazendo todas trabalharem em conjunto.
6. De gestor de grupos para gestor corporativo
Dentro do pipeline de liderança, a transição para gestor corporativo é a maior de todas. Por mais que não signifique, necessariamente, um cargo de presidente ou CEO, o profissional estará em uma posição onde é responsável por toda a organização.
O gestor corporativo precisa ter uma visão clara do futuro da empresa, sendo um exímio conhecedor do mercado e das suas tendências, assim como tudo o que for relacionado ao comportamento e preferências dos clientes.
Quando se torna gestor corporativo, o profissional passa a ser o principal tomador de decisões que afetarão a sustentabilidade e o crescimento da organização a curto, médio e longo prazo.
Independente da etapa em que o profissional estiver, é importante ter em mente que a melhor forma de progredir é aprender e ensinar ao mesmo tempo. O compartilhamento de conhecimentos contribui tanto para o crescimento pessoal como para a formação de novos líderes dentro do negócio.
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