Manutenção Preditiva: o que é, como e quando fazer

Com a Indústria 4.0, a manutenção preditiva se torna ainda mais eficiente para a supervisão da linha de produção. Confira os benefícios.
Henrique
17/04/2019 | 6 min
Manutenção Preditiva

Falhas e paradas são processos comuns em grandes e pequenas indústrias. Equipamentos e até a própria instalação sofrem desgaste com o tempo.

Ter que lidar com operações de manutenção pode ser um processo custoso em muitos sentidos. É necessário tempo, orçamento e pessoal para lidar com eventuais problemas no seu chão de fábrica.

Se sua equipe de manutenção fosse capaz de prever quando cada equipamento e estrutura precisa de ajustes, boa parte do investimento relacionado à manutenção seria poupado. Isso sem falar em todos os acidentes que seriam evitados.

Com os avanços da Indústria 4.0, essa possibilidade fica cada vez mais próxima. Sensores registram cada atividade e esses dados podem ser aproveitados para fazer aquilo que é chamado de manutenção preditiva.

Ao longo das próximas linhas descreveremos os tipos de manutenção existentes atualmente e o que exatamente caracteriza essa forma específica de pensar essas operações.

Tipos de manutenção

A manutenção não pode ser entendida como uma coisa só. Diversas tarefas podem ser enquadradas dentro dessa categoria e, dessa forma, é importante delimitar as diferenças entre elas.

São três tipos de manutenção principais:

Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva é o tipo que vamos detalhar melhor neste texto. Ela consiste na constante análise e inspeção de máquinas por meio dos dados extraídos de sensores do próprio equipamento ou de ensaios não destrutivos.

Essas informações, por sua vez, vão te oferecer condições para saber quando que um equipamento vai precisar de manutenções preventivas ou corretivas.

Este tipo de manutenção é essencial para saber o tempo certo para as outras operações e evitar prejuízos futuros com estrutura defeituosa.

Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva vai ser todo e qualquer tipo de atividade que buscam prevenir a quebra das máquinas e seus periféricos.

Normalmente o período para a realização desse procedimento é definido pelo próprio fabricante. Contudo, as definições do fabricante não estão sempre de acordo com o uso real dos componentes e o produto pode já vir danificado.

É nesse contexto que fazer inspeções periódicas se torna uma necessidade. Unindo as especificações do seu fornecedor com o que é analisado em tempo real, você ganha maior controle sobre a prevenção e evita maiores riscos.

Manutenção Corretiva

A manutenção corretiva provavelmente é a pior opção das três. Se a preditiva e a preventiva buscam reduzir todas as chances de falhas, a corretiva é a redução do impacto de uma falha que não foi evitada.

Embora seja a mais indesejada, é essencial que sua equipe tenha conhecimento sobre as os procedimentos de manutenção corretiva.

Estabelecer isso também faz parte da predição, uma vez que considera a possibilidade de uma falha inesperada.

Então, vamos ver o que exatamente pode ser feito pela manutenção preditiva.

Quais procedimentos fazem parte da manutenção preditiva?

Como falamos antes, a manutenção preditiva vai depender dos sensores de uma máquina e de ensaios não destrutivos.

A partir dos dados produzidos ao longo do desempenho da linha de produção é possível julgar se um componente específico está atuando com folga ou se a operação está exigindo maior atividade e, assim, gerando desgaste.

Se tomarmos por exemplo uma bomba centrífuga ela vai contar com equipamentos como:

  • Rotor
  • Motor elétrico
  • Fusível
  • Cabeamento
  • Disjuntores
  • Rolamento
  • Tubulação e outros

Cada componente desses vai estar ligado a acelerômetros, sensores de vibração, transmissores de pressão (parte mecânica), medidores de tensão e de corrente (parte elétrica) e outros periféricos, por exemplo.

Os relatórios de cada um desses componentes vão criar um panorama de desempenho que vai mostrar se a vibração do rotor está ficando mais intensa ou se a peça está perdendo corrente elétrica.

Os ensaios não destrutivos, por sua vez, vão ser capazes de identificar desgastes estruturais sem precisar danificar a peça.

A partir da imersão de uma peça em líquido penetrante ou a aplicação de uma radiografia, por exemplo, é possível detectar descontinuidades ou fendas que não seriam denunciadas pelos sensores.

Mesmo com bons indicadores, o desgaste de um componente poderia ser registrado por um sensor apenas quando a peça estivesse comprometida.

Exemplificando, a ruptura de uma tubulação acostumada a fortes pressões poderia ocorrer sem que houvesse qualquer vazamento ou desgaste aparente.

Não repita erros do passado

A manutenção preditiva também precisa levar em consideração as manutenções preventivas e corretivas que já foram realizadas.

Como falamos anteriormente, nem sempre é possível prever falhas. Mais importante que evitar erros a todo custo é saber utilizar erros do passado para melhorar ainda mais as prevenções futuras.

Portanto, é essencial que cada procedimento de manutenção seja registrado. Manutenção preditiva deve vir antes de todas, mas pode ser aprimorada com o que já foi feito.

Otimize sua produção sabendo seus limites

Sabendo o que suas máquinas são capazes de fazer e o limite aceitável para o desgaste é possível determinar melhor o ritmo de produção.

Não é necessário temer uma possível falha que já foi considerada se sua manutenção preditiva fez todos os testes e comprovou que seus equipamentos estão funcionando em conformidade.

Analogamente, caso o objetivo seja economizar ao máximo o orçamento dedicado à manutenção, é possível estabelecer um limite mais segura. Dessa forma, suas máquinas desgastam menos mantendo um desempenho previsível.

Outro benefício da massiva quantidade de dados obtida pelos sensores é a capacidade de realizar simulações robustas da sua produção. A elaboração desses modelos virtuais dinâmicos é denominada gêmeo digital.

Como o nome indica, ele é uma imitação digital da estrutura que você já tem disponível. A vantagem fica justamente pelo fator virtual.

Fazer inovações na linha de produção nem sempre é bem-vindo justamente porque costuma ser um processo caro, mas os dados obtidos pela manutenção preditiva podem criar cenários quase reais que oferecem uma gama de possibilidades de testes sem arriscar seus resultados e sem nenhuma burocracia.

Manutenção Preditiva: Predizer para Prevenir Antes de Remediar

Vimos então que a manutenção preditiva deve vir antes mesmo da manutenção preventiva.

Confiar em processos padrões de fabricantes pode te expor a riscos não planejados, resultando em maiores gastos com manutenção corretiva.

Com os avanços tecnológicos fica cada vez mais realista a capacidade de prever resultados.

Contudo, também é importante ressaltar a importância de basear suas conclusões em cima de resultados passados. Sem um conhecimento consistente sobre o que já foi feito, é difícil estabelecer o que será.

Você também pode se interessar:

Manutenção Preditiva, Preventiva ou Corretiva? Descubra a adequada para sua indústria

Manutenção Corretiva na Indústria: o que é, como e quando fazer

Manutenção Preventiva na Indústria: o que é, como e quando fazer

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba novos conteúdos de negócios em primeira mão!

Quer receber novidades sobre vendas, marketing e gestão?

Assine a nossa newsletter e fique atualizado sobre as principais práticas de mercado para gerar novos negócios.