O que os gestores de indústrias esperam do profissional de T.I.?

O mercado de Tecnologia da Informação cresceu muito nos últimos anos. O que o profissional de T.I. precisa conhecer para não ficar para trás?
Henrique
18/03/2019 | 12 min
profissional de t.i.

Se compararmos com outros setores, o mercado de tecnologia se desenvolveu de maneira vertiginosa nos últimos anos.

Estamos num ponto em que é impossível pensar em uma empresa que não trabalhe com algum sistema ou rede. A presença de um profissional de T.I. se torna obrigatória para a eficiência desses componentes.

Além disso, inovações como computação em nuvem, realidade virtual e inteligência artificial começam a ficar cada vez mais presentes no mercado.

As indústrias brasileiras, entretanto, enfrentam um atraso na adoção de novas tecnologias. Isso é ainda mais perceptível em setores mais tradicionais, como na metalurgia e produção de materiais plásticos.

O atraso na adoção dessas inovações faz com que a rotina de trabalho nesses lugares se transforme em uma zona de conforto. Uma vez que você aprende a lidar com as obrigações da empresa, as tarefas passam a ser feitas de maneira quase automática.

Contudo, como é conhecimento comum, uma das piores armadilhas do profissional de qualquer área é ficar limitado às suas atribuições diárias e parar de evoluir seus próprios conhecimentos e capacidades.

Em termos de performance e segurança de dados, o profissional de T.I. pode adquirir um diferencial no mercado a partir das novas tecnologias que vêm aparecendo nos últimos anos.

Considerando um cenário cada vez mais competitivo entre as indústrias, que têm a necessidade de se reerguer e ganhar força no mercado novamente, trazer inovações é essencial. Pode ser a diferença decisiva entre uma empresa estagnada no mercado e uma líder emergente do segmento.

Mas, afinal, como os grandes líderes das indústrias encaram as necessidades da área de tecnologia de informação? E mais importante, quais são as qualidades e conhecimentos essenciais que buscam nos profissionais de tecnologia? Continue lendo para descobrir.

Redes internas

Quem trabalha com tecnologia da informação sabe da importância da segurança de dados em grandes empresas.

A indústria, em especial, precisa se blindar contra vazamentos de informações cruciais sobre sua produção ou dados de clientes. O menor deslize pode comprometer toda a atividade da empresa.

Devido a esse fator, desde sempre há a preocupação em se construir redes internas. Depender de algo tão vulnerável como um provedor externo é um risco grande mais para ser corrido.

É por meio da rede interna da empresa que é feita a comunicação entre todos os processos necessários e ainda é mantida toda confidencialidade essencial para a segurança dos dados.

Por isso, por mais óbvio que pareça ser, a implementação e suporte de redes menos vulneráveis é um aspecto crucial (e quase natural) de todo profissional de T.I.

ERPs

Desenvolvidos a partir de softwares que automatizavam processos de gestão de recursos, os ERPs (Enterprise Resource Planning ou Planejamento de Recursos Empresariais) são, hoje, uma ferramenta essencial para grandes indústrias.

A partir dos ERPs é possível integrar e automatizar todos os processos administrativos de uma indústria, desde o controle do estoque até o registro de novos funcionários.

A tarefa do profissional de T.I. aqui não é apenas de garantir que esse sistema seja bem implantado à rede interna, mas também garantir que o fornecedor escolhido seja adequado às necessidades da empresa.

Para isso, deve conhecer profundamente cada uma das funcionalidades que um ERP pode ter e ter uma breve experiência de uso de alguns players famosos do mercado.

Se você, profissional de T.I., está buscando aprofundar seus conhecimentos para contratar a solução ideal de ERP para sua indústria, recomendamos nosso post sobre 10 Pontos de Atenção para contratar um ERP.

Um software complexo demais pode causar atritos com seus usuários, principalmente em áreas menos acostumadas com o uso desses sistemas, como em vendas ou recursos humanos.

As indústrias são baseadas principalmente em produção, por isso, se uma etapa tiver problemas ou atrasos, todo o processo é afetado.

Os diferenciais do profissional de T.I para essa área são, então:

  • Amplo conhecimento sobre ERPs do mercado;
  • Experiência ou conhecimento em processos de implantação de ERP;
  • Capacidade de redução de atritos na interface entre os usuários e o sistema.

Proficiência em outras línguas

Pode parecer óbvio, mas o inglês é uma exigência quase obrigatória. Isso é ainda mais latente na área de T.I., pois boa parte dos sistemas operacionais e linguagens de programação usam o inglês para descrever comandos.

Embora seja possível encontrar muitos materiais e tutoriais em português, a maioria dos conteúdos mais recentes para T.I. está em inglês. Se você não tem alguma fluência, isso pode te atrapalhar na busca pelas últimas novidades da área.

Tendo o inglês como norma, é importante saber outras língua para se destacar. Exemplos de idiomas bastante utilizados no universo de tecnologia e desenvolvimento são o espanhol, o alemão e o mandarim. Este último principalmente, devido à China estar se tornando um dos grandes polos de inovação do mundo.

Pensamento empreendedor

Como foi falado antes, o mercado é cada vez mais competitivo e ficar conformado com a sua situação profissional e de seu local de trabalho podem se tornar grandes problemas a longo prazo.

Existem muitos profissionais experientes de T.I. que se sustentam em linguagens e sistemas antigos, confortáveis devido à obrigatoriedade que dado software tem para a indústria.

O risco de surgirem inovações que arrisquem esse conforto é sempre presente e cada ano que se passa torna isso mais real.

Por isso é essencial a ideia de inovar. Um profissional que se mantém atualizado tem maior destaque no mercado e pode vir a contribuir melhor para o futuro da empresa.

A ideia de empreender, portanto, não vem apenas em criar o próprio negócio e sair vendendo por aí. Quando falamos em “pensamento empreendedor” estamos englobando todo a forma de pensar que busca achar novas soluções e conhecimentos.

Saber identificar quais inovações do mercado podem ser melhores para sua empresa também é um aspecto importante.

Novas descobertas podem trazer novos problemas e uma solução engenhosa pode não se adequar à realidade da sua empresa.

O empreendedorismo precisa vir acompanhado da maturidade de entender o cenário atual: quais são os seus problemas, quais são os seus recursos e quais soluções seriam mais adequadas para suas necessidades atuais.

Além disso, o bom profissional não pode ser limitado a si mesmo. Uma das atribuições essenciais da equipe de T.I. é dar suporte aos outros funcionários que usam a rede.

Sem iniciativa e um pouco de empatia, o suporte dado pode ser visto como ineficiente e preguiçoso, por isso é sempre importante estar disposto a resolver os problemas no seu entorno.

Noções de UX

Embora esteja relacionada às áreas de design e marketing, cada vez mais surge a necessidade de que o profissional de T.I. entenda sobre UX (User Experience ou Experiência do Usuário).

Esse conceito foi desenvolvido por Donald Norman, ex-funcionário da Apple e cientista cognitivo. Explicando brevemente, o UX busca definir a relação sensorial e emotiva entre um usuário e o produto, plataforma, sistema ou serviço ao qual ele tem contato.

O objetivo de entender esse fenômeno em T.I. se dá principalmente em evitar que os funcionários do resto da empresa não tenham problemas ao utilizar os softwares contratados. Seria, portanto, mais voltado ao desenvolvimento de interfaces.

Reduzindo esses “ruídos” é possível criar uma fluidez melhor na realização das tarefas e melhora no rendimento de cada funcionário. Quando falamos em indústria, esse tipo de melhora é mais do que essencial.

Conhecimento sobre Indústria 4.0

Quem pesquisou sobre novas tecnologias e inovações na indústria com certeza já ouviu falar sobre Indústria 4.0 ou seus relacionados.

Esse termo foi criado devido às revoluções tecnológicas que ultrapassam as inovações da chamada Terceira Revolução Industrial. A Indústria 4.0 é, portanto, a Quarta Revolução Industrial.

Veja a seguir quais são os seus aspectos dessa nova fase da indústria e por que o profissional de T.I. precisa saber sobre elas para o novo modelo de indústria.

Big Data

Nunca antes se processou tanta informação. Com a expansão do acesso à internet e maior facilidade na compra de aparelhos portáteis como smartphones, a coleta de dados passou a ser massiva.

Essa quantidade massiva de informações transmitidas em redes sociais e ferramentas de busca chamamos de Big Data.

É bem comum ver esse tema sendo abordado no setor de Marketing, justamente porque o Facebook é uma base interessante de divulgação que disponibiliza dados de seus usuários.

A partir da análise de tendências no mercado, é possível fazer previsões mais assertivas na produção com padrões personalizáveis cada vez mais específicos.

Mas, para conseguir fazer um bom uso dessa quantidade imensa de dados, é preciso fazer uma boa filtragem.

Esse processo é mais conhecido como data preparation e envolve o tratamento dessa informação bruta para que ela possa corresponder, de fato, a um quadro realista das demandas e falhas da receita da empresa.

Internet das Coisas

Melhor do que programar toda uma linha de produção automatizada, é permitir que unidades inteligentes consigam se comunicar com a rede e criar sistemas integrados e complexos.

É possível também controlar os equipamentos de maneira remota. Se toda a linha é automatizada, basta apenas alguns comandos para produzir produtos específicos.

O papel do profissional de T.I. aqui, portanto, é de adaptar as máquinas para comportar uma grande quantidade de dados (Big Data) para a produção e analisar informações sobre a demanda.

Dessa forma é possível realizar diagnósticos e o controle da qualidade do processo de maneira totalmente automatizada. Resultando, assim, em simulações e previsões mais seguros e realistas.

A capacidade de identificar eventuais falhas e transmitir essa informação para uma central poderia evitar a perda de materiais em fabricações defeituosas e até fatalidades de funcionários dentro da linha de produção.

Essas facilidades otimizam a cadeia produtiva e evitariam gastos de recursos, como material e energia, contribuindo para a redução de custos.

O profissional de T.I. atua, portanto, não apenas como um responsável pela segurança de dados, mas também como uma peça chave de toda a qualidade da indústria.

Computação em Nuvem

Ter apenas uma cópia salva de arquivos importantes pode ser bem arriscado.

Quem tinha o costume de gravar todas as fotos da família em CDs nos anos 2000 pode ter uma descoberta trágica se resolver mostrar elas para os parentes hoje em dia.

Mesmo tendo bases de dados confiáveis, sempre existe a chance de ocorrer tragédias como incêndios. Até mesmo uma infiltração de água na parede, imperceptível à primeira vista, é capaz de comprometer todo o seu data center.

Dessa forma, guardar grandes quantidades de informações importantes em dispositivos físicos num só lugar sempre foi arriscado.

Criar vários data centers também pode ser um processo muito caro, algo impensável para pequenas empresas.

Com o barateamento da internet e o aumento na quantidade de dados produzidos (Big Data), a tendência que surgiu para evitar esse tipo de contratempo foi o uso de armazenamento em nuvem.

O resultado é o aumento na procura de empresas por um profissional de T.I. competente em Cloud Computing (ou Computação em Nuvem, em português).

Um especialista é parte essencial da implementação desse tipo de tecnologia porque precisa garantir a segurança durante a transferência de informações para a nuvem, assim como o pronto acesso desses dados pelos funcionários da empresa.

Num mundo paranoico por segurança de dados, a ausência de um profissional nesse serviço pode gerar toda sorte de vulnerabilidades e problemas, exigindo uma dedicação particular.

Sistemas integrados

A Computação em Nuvem não beneficia apenas o armazenamento de Big Data, como também oferece maior possibilidade de inserir sistemas integrados aos processos de uma indústria.

Mesmo com uma boa filtragem de dados, o volume de tarefas ocorrendo simultaneamente dentro e fora de uma fábrica é grande demais.

Notando isso, surgiram no mercado diversos sistemas que buscam facilitar a organização, visualização e distribuição das informações corporativas.

Se considerarmos a pluralidade de serviços para cada necessidade, tentar implementar um por um dentro de um software local pode ser um sofrimento logístico sem fim. Sem falar na quantidade titânica de processamento exigido.

Um bom profissional de T.I. precisaria, portanto, saber as melhores opções no mercado dentro dessa variedade de sistemas. Seria necessário analisar um por um, considerando sempre as necessidades atuais da empresa e o que pode ser aprimorado.

CRMs

O seu ERP funciona bem para as diferentes áreas da empresa, mas a equipe de vendas tem um relacionamento complicado com um sistema incompleto?

Para solucionar isso foram criados sistemas que podem se integrar aos ERPs, possibilitando um uso completo e otimizado, os CRMs.

Os CRM (Customer Relationship Management ou Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente) são sistemas online capaz de manter informações de cada cliente da empresa de forma mais organizada e intuitiva. Por isso ele é um sistema cada vez mais exigido por indústrias.

Normalmente os ERPs já possuem funcionalidades semelhantes dentro dele, mas ainda não são a opção ideal para profissionais de vendas (lembra do conceito de UX lá em cima?).

O que o CRM pode fazer então é apresentar uma carteira de clientes com funcionalidades direcionadas para vendas, facilitando a vida dos vendedores e da equipe de marketing da sua indústria.

Entre as funcionalidades que você encontra em CRMs estão:

  • Cadastro de negócios e contatos;
  • Funil de vendas (ou pipeline);
  • Envio automático de e-mail;
  • Integração com outras ferramentas;
  • Geração de relatórios.

Embora muitos CRMs do mercado possam ser integrados aos ERPs, também é possível usá-los de maneira autônoma a partir de dados armazenados em nuvem. Isso possibilita que pequenos negócios também tenham ferramentas de otimização, mesmo sem receita para comportar um ERP.

A eterna busca por melhoria do profissional de T.I.

Como se pode notar, a jornada de conhecimento do profissional de T.I. é um caminho longo que está apenas no início, enquanto o futuro continua incerto.

Existe muito ainda a ser desenvolvido e a contínua busca por processos otimizado pode evitar perdas financeiras, materiais ou mesmo pessoais.

Conhecer e estudar mais sobre as inovações que surgem no mercado é algo crucial para toda profissão. Dentro da área de tecnologia da informação, contudo, ela deve ser parte intrínseca, natural, do especialista.

Nenhum diferencial é tão marcante quanto a frequente busca por inovação.

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