Gerir uma equipe ou mesmo uma empresa, seja de grande ou pequeno porte, exige que o profissional na gestão tenha múltiplas habilidades entre o conhecimento profissional e comportamental.
O papel de liderança é fundamental para a eficácia do negócio. Logo, líderes sem preparo podem afetar negativamente o desenvolvimento da equipe, enquanto líderes preparados e competentes aumentam a eficácia dos projetos.
Alguns modelos de liderança são muito conhecidos e lembrados, entre eles, dois se destacam, a democrática que se baseia na participação da equipe para a definição das decisões e a autocrática onde as definições são centralizadas em um único líder.
Ken Blanchard, especialista em liderança, alega que quando um líder fica limitado entre os extremos da gestão, democrática e autocrática, ele se torna ineficiente. E para lideranças eficientes é necessário ser flexível e capaz de se adaptar às situações.
Neste artigo falaremos sobre um modelo de gestão adaptativa, a “Situational Leadership” ou Liderança Situacional, sua definição, seus benefícios e como aplicá-lo em seu negócio.
O que é liderança situacional?
A teoria de Liderança Situacional, foi criada pelo cientista comportamental Paul Hersey e pelo especialista em gestão, Ken Blanchard.
Segundo eles, a boa performance de uma liderança está atrelada à capacidade de adaptação do modelo adotado, conforme as circunstâncias, seja diante de um cenário econômico adverso, ou relativo a circunstâncias de cunho operacional.
Devemos lembrar aqui que assim como qualquer outro modelo de liderança, neste é exigido do líder inteligência emocional, ou seja, conhecer e controlar as próprias emoções, assim como a capacidade de ter empatia e gerar bons relacionamentos interpessoais.
Na Liderança Situacional, o gestor busca modelos de ação diferentes de acordo com cada ocasião.
Para isso é necessário conhecer bem os pontos fortes e fracos da equipe na totalidade e de cada funcionário, para definir ações em que estejam alinhadas às capacidades e limitações do colaborador.
Logo, podemos entender que este modelo tem em sua base dois aspectos importantes, o grau de habilidades do colaborador e o nível de complexidade que a tarefa requer. E para definir uma estratégia de liderança e colocá-la em prática será necessário entender os estilos de lideranças situacionais.
Quais são os quatro estilos de liderança situacional?
Os tipos de liderança situacional são aplicadas considerando os contextos, como os níveis de competência dos colaboradores, maturidade e entusiasmo.
Logo, cabe ao líder conhecimento para gerir o capital intelectual da empresa na melhor direção e para isso será necessário usar metodologias adequadas.
A seguir apresentamos os quatro estilos de liderança situacional. Observe que todos eles estão relacionados ao melhor encaminhamento da equipe, quando consideradas suas competências e a complexidade da tarefa a ser executada.
1. Direção
Quando as atividades a serem realizadas necessitam de supervisão, ou que o líder precise ensinar o passo a passo. E, quando os colaboradores não têm o conhecimento necessário ou possuem baixa competência para realizar as tarefas de sua alçada.
Neste caso, o funcionário será instruído e necessitará de monitoramento. Por ser um modelo mais rígido, os colaboradores têm uma autonomia restrita.
Este formato é muito utilizado para liderar jovens aprendizes e estagiários, recém-chegados à empresa.
2. Orientação
Nesta fase, a relação principal gira ao redor da troca de experiência ou conhecimento entre gestor e colaboradores. Em geral, esta liderança é exercida em tarefas as quais os participantes já possuem alguma experiência na área.
O gestor ao liderar sua equipe solicita e a incentiva a compartilhar sugestões para a melhoria do trabalho e mantém a motivação da equipe. E, em contrapartida, visando sempre melhorar a performance de todos, os colaboradores recebem feedbacks da liderança.
Aqui, apesar de ser uma liderança que conta com a participação de todos, as resoluções finais são definidas pelo gestor.
3. Apoio
Quando os colaboradores já têm maior maturidade e experiência avançada, e estão aptos a desenvolver suas tarefas, sem necessitar de acompanhamento constante.
Neste momento, cabe ao líder deixar o protagonismo para a equipe e fornecer o apoio necessário para os colaboradores desempenharem suas funções eficientemente, se manterem motivados e seguirem se aperfeiçoando profissionalmente.
4. Delegação
Neste ponto, encontramos um grau mais elevado, onde os colaboradores possuem a maturidade e conhecimento técnico necessário para prestar o serviço, desenvolvendo-o sem necessitar de monitoramento.
Cabe ao líder, delegar as funções e direcioná-las conforme o perfil comportamental e profissional do colaborador. Este, ciente de sua função e sabendo como trabalhar de forma estratégica e otimizada, entregará os resultados esperados.
Quais são os benefícios da liderança situacional?
Os benefícios gerados ao escolher líder situacional vão além da otimização da operação dos negócios, também alcançam o desenvolvimento individual dos trabalhadores.
1. Flexibilidade
A liderança situacional permite que tenha flexibilidade na escolha do estilo de liderança ideal para cada ocasião. Neste sentido, o líder pode ser mais direto com aqueles colaboradores que necessitam de mais orientações e delegar funções para colaboradores mais maduros com experiências adequadas.
2. Desenvolvimento de equipe
Adaptando o estilo de liderança conforme as necessidades do projeto e servindo-se das experiências dos colaboradores, o gestor consegue aproveitar os pontos fortes para otimizar as tarefas. Mediante as ações da liderança para manter o engajamento, a troca de experiências e feedbacks construtivos, a equipe poderá melhorar seu desempenho.
3. Melhoria do desempenho organizacional
Outro benefício que a liderança situacional pode trazer a uma empresa ou equipe é a melhora do desempenho organizacional, ou seja, a melhora na performance das tarefas executadas.
Este aumento ocorre quando a equipe está mais engajada no projeto, sentindo-se segura e apoiada para desenvolver um trabalho, diretamente ligado a sua expertise. O sentimento de pertencimento e valorização do funcionário também contribuem para reduzir o turnover e até mesmo o absenteísmo.
Quais são os principais desafios da liderança situacional?
A liderança situacional tem diversos benefícios, como os citados acima. Mas para alcançá-los e liderar melhorando a performance, alguns desafios deverão ser superados. Abaixo apresentamos três desafios.
1. Complexidade de execução
O maior desafio para definir como executar a liderança situacional está na necessidade de precisão em compreender o capital intelectual da empresa e os processos operacionais, de modo a escolher o melhor estilo para cada ocasião ou colaborador.
Neste ponto, recomendamos que o líder tenha conhecimento de como desenvolver uma análise SWOT, conhecida como FOFA, que trata das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
2. Potencial para erro de avaliação
Ao analisar erroneamente as habilidades e necessidades de um colaborador, o líder não conseguirá guiar adequadamente, podendo comprometer o desempenho das atividades e até mesmo a motivação da equipe.
3. Necessidade de habilidades de comunicação avançadas
Para se tornar um líder situacional será necessário que o gestor tenha habilidade de comunicação avançada e de inteligência emocional. Ao poder transitar entre estilos de liderança, será de extrema importância a capacidade de se comunicar de forma clara, eficaz e motivadora.
Como aplicar a liderança situacional em sua empresa?
A liderança situacional para ser implementada deverá seguir um plano estratégico, ter cada ação bem definida e ser delegada adequadamente a cada tarefa.
Para isso, sugerimos que ocorra a compreensão dos conceitos básicos do modelo e dos estilos que fazem parte dele. Em seguida deverão ser avaliados os colaboradores, suas habilidades, nível de maturidade e motivações.
Com estas informações será possível escolher o estilo de liderança pertinente e, ao delegá-la, deverá ser utilizada uma comunicação clara e coesa, evitando erros de interpretação.
Com as ações encaminhadas, caberá ao líder fornecer o apoio necessário, monitorar e avaliar os resultados. Assim será possível passar feedbacks construtivos.
Conclusão
A liderança situacional implica em esquecer de modelos únicos e engessados para utilizar dos contextos e assim aplicar o método de gestão mais adequado ao momento. Ou seja, é um modelo no qual a palavra-chave é resiliência.
Para aplicá-lo será necessário que o líder tenha o conhecimento necessário, maturidade emocional e habilidades de comunicação avançadas. Além disso, ter um profundo conhecimento sobre as experiências de seus colaboradores e das tarefas a serem executadas.
Ao compreender o capital intelectual da sua empresa é possível liderar os colaboradores para aproveitar o melhor de cada um, e para terem um desenvolvimento contínuo de suas habilidades profissionais e da maturidade emocional para lidar com desafios.
Destacando-se como um estilo versátil, capaz de impulsionar o desenvolvimento coletivo e individual, além de aumentar o desempenho organizacional, a liderança situacional contribui muito para guiar a empresa de forma estratégica.
Blogpost: Tipos de liderança: quais são, vantagens, desafios e como escolher o melhor
Entre os tipos de lideranças, existem diversos modelos que têm em comum a busca por extrair os melhores resultados. Podemos até questionar se existe um modelo ideal.
Mas devemos entender que o melhor para cada negócio será diferente, já que a forma de liderar está diretamente relacionada ao capital intelectual, as ferramentas, os produtos e serviços que possui.
No artigo “Tipos de liderança: quais são, vantagens, desafios e como escolher o melhor” explicamos os principais tipos e as boas práticas para que você possa encontrar o melhor caminho para seu negócio.